segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Oi pessoal, ontem 8DEZ, no quadro @ShowDaVida do Fantástico na apresentação da repórter @renatacapucciofficial foi contada as histórias de mulheres que viveram a dor do luto perinatal, que perderam seus filhos durante a gestação...


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Misericórdia na Vergonha




MISERICÓRDIA PARA OS DIAS DE VERGONHA

O LADRÃO VÊ. PAREDES SUJAS E UM CHÃO ENCARDIDO. A LUZ DO Sol racionada se comprimindo por entre rachaduras. A cela na prisão é escura. Os dias dele, mais ainda. Ratos se escondem apressadamente em buracos nos cantos. Se pudesse, ele faria o mesmo.
O ladrão ouve. Pés de soldados se arrastando. A porta da prisão se abrindo com um estrondo. Um guarda com a compaixão de uma viúva negra.

Levante-se! Sua hora chegou!

O ladrão vê. Rostos desafiadores, lado a lado, ao longo de um caminho de pedras. Homens cuspindo, revoltados, mulheres virando a cara. Enquanto o ladrão sobe ao cimo da montanha, um soldado o puxa para baixo. Outro pressiona seu antebraço contra uma tora e o segura com um joelho. Ele vê o soldado pegar a marreta e um prego grande.
  • O ladrão ouve. Batidas. Batidas do martelo que ressoam na cabeça.
  • Batidas do coração. Os soldados bulam enquanto levantam a cruz. A base faz um estampido ao ser encaixada no buraco.
  • O ladrão sente. Dor. De tirar o fôlego, de parar o coração. Todas as suas fibras pegando fogo.
  • O ladrão ouve. Grunhidos. Gemidos guturais. Morte. Nada mais. A morte dele mesmo. Gólgota — que quer dizer lugar da Caveira, o monte onde Jesus foi crucificado — toca essa morte como um acorde menor.
  • Nada de canções de esperança. Nada de sonetos de vida. Apenas os acordes dissonantes da morte.
  • Dor. Morte. Ele as vê; ele as ouve. Mas, a seguir, o ladrão vê e ouve outra coisa:

Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo (Lucas 23:34).

Uma flauta soa alegremente no campo de batalha. Uma nuvem de chuva encobre o sol do deserto. Uma rosa desabrocha no monte da morte.
Jesus ora em uma cruz romana.
Eis como o ladrão reage. Zombaria. "Igualmente o insultavam os ladrões que haviam sido crucificados com ele" (Mateus 27:44).
Tendo sido ferido, o ladrão fere. Tendo sido machucado, o ladrão machuca. Até no Gólgota há alguma hierarquia, e esse ladrão se recusa a ficar no degrau de baixo. Ele se une aos zomba-dores, que dizem:

Salvou os outros, mas não é capaz de salvar a si mesmo! E é o rei de Israel! Desça agora da cruz, e creremos nele. Ele confiou em Deus. Que Deus o salve agora, se dele tem compaixão, pois disse: "Sou o Filho de Deus!" (Mateus 27:42,43).

Mas Jesus se recusa a retaliar. O ladrão, pela primeira vez naquele dia (pela primeira vez em quantos dias?), vê bondade. Não olhares arremetedores nem palavras amaldiçoadoras, mas paciência.
O ladrão se comove. Ele pára de zombar do Cristo e tenta fazer os outros pararem também:

Nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem. — Ele confessa ao criminoso na outra cruz. — Mas este homem não cometeu nenhum mal (Lucas 23:41).

O ladrão sente que está ao lado de um homem enviado pelos céus e faz um pedido:
Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino (Lucas 23:42).

E Jesus, cujo trabalho envolve aceitar imigrantes ilegais e levá-los para seu Salão Oval, responde:

Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso (Lucas 23:43).

E o mau dia do ladrão encontra a dádiva graciosa de um Deus misericordioso.
O que o ladrão vê agora? Ele vê um filho confiar sua mãe a um amigo e honrar seu amigo com sua mãe (João 19:26, 27). Ele vê o Deus que escreveu um livro sobre graça. Deus que convenceu Adão e Eva a sair detrás dos arbustos e um sanguinário Moisés a sair do deserto. O Deus que reservou um lugar para Davi, embora Davi tenha cometido adultério com Bate-Seba. O Deus que não desistiu de Elias, embora Elias tivesse desistido de Deus. Isso é o que o ladrão vê.
O que ele ouve? Ele ouve o que Moisés ouviu quando era um fugitivo no deserto, o que Elias ouviu quando estava deprimido no deserto, o que o Davi ouviu depois de seu adultério com Bate-Seba. Ele ouve o que...
  • um Pedro inconstante ouviu após o galo cantar,
  • os discípulos atirados pela tempestade ouviram após o vento parar,
  • a mulher que traía o marido ouviu depois que os homens foram embora,
  • a samaritana que se casou várias vezes ouviu antes de os discípulos chegarem,
  • o endurecido Saul ouviu depois que a luz brilhou,
  • o paraplégico ouviu quando seus amigos o passaram pela abertura no telhado,
  • o cego ouviu quando Jesus o encontrou na rua,
  • os discípulos logo ouviriam de Jesus na praia um dia de manhã cedo.

Ele ouve a língua oficial de Cristo:
  • Graça. Imerecida. Inesperada.
  • Graça. Jesus lhe respondeu:
"Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso'" (Lucas 23:43).

Paraíso. O céu intermediário. A casa dos justos até o retorno de Cristo. A árvore da vida está lá. Os santos estão lá. Deus está lá. E agora o ladrão, que começou o dia em uma prisão romana, estará lá. Com Jesus. Não há entrada pelos fundos. Não há chegadas tarde da noite. No paraíso não existe noite nem cidadãos de segunda classe. O ladrão passa pelos portões pisando no tapete vermelho de Jesus.
Hoje. Imediatamente. Sem se purificar no Purgatório. Sem reabilitação no Hades. A graça vem como a luz do sol e ilumina o dia sombrio do ladrão. O monte da execução vira o monte da transfiguração.
Talvez você precise do mesmo. Os erros de ontem fazem o papel do esquadrão da morte romano: eles o acompanham ao calvário da vergonha.
Os rostos do passado estão no caminho. Vozes berram seus crimes enquanto você passa:
  • Você negligenciou seu pai e eu!
  • Você deixou o vício roubar sua juventude!
  • Você prometeu que voltaria!
Logo você é crucificado na cruz de seus erros. Erros idiotas. O que você vê? Morte. O que você sente? Vergonha. O que você ouve?
Ah, essa é a pergunta. O que você ouve? Você consegue escutar Jesus no meio de seus acusadores? Ele garante: "Hoje você estará comigo no paraíso."
Hoje. Este é o dia. No meio desse dia angustiante, Jesus faz um milagre. Enquanto outros crucificam seu passado, ele abre as portas para seu futuro. Paraíso. Jesus trata com misericórdia seus dias de vergonha.
Ele levará sua culpa, se você lhe pedir isso. Tudo que ele espera é que você peça. As palavras do ladrão bastam. "Nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem.
  • Mas este homem não cometeu nenhum mal..."
  • Nós estamos errados. Ele está certo.
  • Nós pecamos. Ele é o Salvador.
  • Nós precisamos de graça. Jesus pode nos dar.
  • Então peça ao Senhor: "Lembra-te de mim quando entrares no teu Reino."
E quando você pedir, aquele que falou novamente proferirá estas palavras: "Hoje você estará comigo no paraíso."

Max Lucado



quinta-feira, 5 de novembro de 2015

As misericórdias de Deus se renovam a cada manhã




PREENCHA SEU DIA COM A GRAÇA DO SENHOR

Ontem você pisou na bola. falou o que não devia, pegou a rua errada, apaixonou-se pela pessoa errada, reagiu de forma inadequada.

Falou quando deveria ter escutado, se apressou quando deveria ter esperado, julgou quando deveria ter confiado, entregou-se quando deveria ter resistido.

Ontem tudo deu errado. Mas você terá muitos outros dias como esse se deixar os erros de ontem afetarem sua atitude de hoje. As misericórdias de Deus se renovam a cada manhã. Receba-as. 
 
Aprenda uma lição com a floresta Cascade do Estado de Washington. Algumas das árvores de lá têm mais de cem anos, ultrapassando a expectativa de vida de cinqüenta a sessenta anos. 

Uma árvore cheia de folhas data de sete séculos atrás! O que faz a diferença? Chuvas diárias e abundantes mantêm o chão úmido, as árvores molhadas e os relâmpagos fracos.

Relâmpagos afetam você também. Trovões de lamentações podem paralisá-lo e consumi-lo. 

Reaja a eles com chuvas da graça de Deus e com doses diárias de perdão. Uma vez por ano não basta. Uma vez por mês é insuficiente. Chuviscos só uma vez por semana deixam você seco.

Nevoeiros esporádicos deixam-no sem energia. Você precisa se renovar todos os dias. "Graças ao grande amor do SENHOR é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a sua fidelidade!" (Lamentações 3:22,23).

Max Lucado – Todo Dia é um Dia Especial


Em Deus não há sombra de variação!




MUDANÇAS SÃO PARA PESSOAS DE FÉ


Muitas vezes nós, homens, diante da tristeza, doença, ódio, guerra, pobreza, crise e fome de toda ordem, perguntamos: onde está Deus? E perguntamos onde Ele está, principalmente diante de nossas lutas, e em meio as consequências de nossos erros. Na verdade, Deus continua no mesmo lugar de sempre, Nele não há sombra de variação. Na realidade é Deus que está perguntando desde o Éden até os dias de hoje, onde nós estamos. Onde está Adão?” (Gn 3.9). Foi o homem que saiu do lugar e da posição que deveria estar e não Deus.

Percebam que após o pecado do homem Deus não perguntou, a priori, sobre a besteira que tinha feito, ou seja, sobre seu comportamento, mas queria saber sobre seu posicionamento diante da vida, pois é isto que sugere a pergunta “Onde estás?”. Diante de toda besteira que o homem tinha feito, Deus queria saber qual a sua posição a partir de agora, se seria de reclamação e murmuração diante de todo caos de sua vida ou de uma nova postura, baseada nos princípios eternos de Deus que podem trazer ordem em meio a todo caos.

A partir desta realidade, entendo que o homem de Deus não é o que reclama a partir de suas avaliações e limitações somente, mas é aquele que mostra com sua própria vida como é que as coisas serão, e como os problemas irão se resolver. Deus não precisa de uma cidade, de centenas de homens ou mulheres, nem de uma grande igreja local, mas de um reclamante que se converteu ao outro. Não podemos ficar ocupados com nosso próprio umbigo, mas devemos arrepender-nos em favor do próximo, seja ele seu cônjuge, vizinho ou estranho. Comece a restaurar sua história com seu arrependimento e não com sua insatisfação.

O homem que espera as coisas acontecerem para depois ir, nunca irá, e por isso elas nunca acontecerão. As coisas só acontecem na vida de quem foi e não na vida de quem esperou que as coisas mudassem para depois ir. No evangelho de Mc 16.17 diz: ‘os sinais seguirão os que creem….’. É interessante perceber que quando olhamos para a maioria dos crentes evangélicos e simpatizantes da fé nos dias de hoje, nos parece que eles é que estão correndo atrás dos sinais. Logo chegamos à conclusão que gente que segue milagre é crente, mas milagre segue gente de fé, pois o justo vive da fé. Gente de fé não fica reclamando as circunstâncias, mas enfrenta e caminha pela fé em Jesus Cristo, crendo que após seu passo de fé, será seguido por milagres estruturais, pessoais, sociais etc.

Contudo, lhe dou o seguinte conselho, separe em sua vida o que é bom do que é ruim, o que é santo do que é profano, para que a mudança comece a partir de sua postura de fé. Não espere o outro ou as circunstâncias mudarem para você mudar; mostre a ele, a ela e à vida como as coisas devem ser, em vez de reclamar como as coisas poderiam ser. Que Deus abençoe a todos!
Pr. Alyson Bezerra







quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A verdadeira Paz existe e pode ser experimentada!

Como podemos ter Paz no Vale

A verdadeira paz existe e pode ser experimentada! Essa paz não se encontra nas farmácias nem nos boutiques famosas. Não está nas agências bancárias nem nas casas de shows. Essa paz não é encontrada no fundo de uma garrafa nem numa noitada de aventuras. Essa paz está centralizada em Deus. Ela vem do céu. É sobrenatural. Como poderemos experimentar essa paz, ainda que cruzando os vales da vida?
Em primeiro lugar, conhecendo o Deus e Pai de toda consolação. Deus é a fonte de todo consolo. Quando ele nos permite passar pelo vale, é para fortalecer nossa fé e nos aperfeiçoar em santidade. Quando ele nos leva para o deserto, nossas experiências tornam-se ferramentas em suas mãos para consolar outras pessoas. É Deus quem nos matricula na escola do deserto. O deserto é o ginásio de Deus, onde ele treina seus filhos e os equipa para grandes projetos. Quando somos consolados, aprendemos a ser consoladores.
Alimentamo-nos da fonte consoladora e tornamo-nos canais dessa consolação para os aflitos. Não há paz fora de Deus. Não há descanso para a alma senão quando nos voltamos para Deus. Não há consolo para o coração aflito fora de Deus, pois só ele é o Deus e Pai de toda consolação, que nos consola em toda a nossa angústia, para consolarmos outros, com a mesma consolação com que somos consolados.
Em segundo lugar, conhecendo a Jesus, a verdadeira paz. A paz não é ausência de problema, é confiança no meio da tempestade. A paz é o triunfo da fé sobre a ansiedade. É a confiança plena de que Deus está no controle da situação, mesmo que as rédeas da nossa história não estejam em nossas mãos. A paz não é um porto seguro aonde se chega, mas a maneira como navegamos no mar revolto da vida. A paz não é apenas um sentimento, mas, sobretudo, uma pessoa, uma pessoa divina. Nossa paz é Jesus. Por meio de Cristo temos paz com Deus, pois nele fomos reconciliados com Deus. Em Cristo nós temos a paz de Deus, a paz que excede todo o entendimento. Paz com Deus tem a ver com relacionamento. Paz de Deus tem a ver com sentimento.
A paz de Deus é resultado da paz com Deus. Quando nosso relacionamento está certo com Deus, então, experimentamos a paz de Deus. Essa paz coexiste com a dor, é misturada com as lágrimas e sobrevive diante da morte. Essa é a paz que excede todo o entendimento. Essa paz o mundo não conhece, não pode dar nem pode tirar. Essa é a paz vinda do céu, a paz que emana do trono de Deus, fruto do Espírito Santo. Você conhece essa paz? Já desfruta dessa paz? Tem sido inundado por ela? Essa paz está à sua disposição agora mesmo. É só entregar-se ao Senhor Jesus!
E terceiro lugar, conhecendo o Espírito Santo como o nosso consolador. A vida é uma jornada cheia de tempestades. É uma viagem por mares revoltos. Nessa aventura singramos as águas turbulentas do mar da vida, cruzamos desertos tórridos, subimos montanhas íngremes, descemos vales escuros e atravessamos pinguelas estreitas.
São muitos os perigos, enormes as aflições, dramáticos os problemas que enfrentamos nessa caminhada. A vida não é indolor. Mas, nessa estrada juncada de espinhos não caminhamos sozinhos. Temos um consolador. Jesus, nosso Redentor, morreu na cruz pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação. Venceu o diabo e desbaratou o inferno. Triunfou sobre a morte e deu-nos vitória sobre o pecado. Voltou ao céu e enviou o Espírito Santo para estar para sempre conosco. Ele é o Espírito de Cristo, que veio para exaltar o Filho de Deus. Ele é o Espírito da verdade, que veio para nos ensinar e nos fazer lembrar tudo o que Cristo nos ensinou. Ele é o outro consolador, aquele que nos refrigera a alma, nos alegra o coração e nos faz cantar mesmo no vale do sofrimento. O consolo não vem de dentro, vem de cima. Não vem do homem, vem de Deus. Não vem da terra, vem do céu. Não é resultado de autoajuda, mas da ajuda do alto!



terça-feira, 27 de outubro de 2015

A Adoração a Deus deve ser Pessoal, Interior, Espiritual e Sincera.

Não Acredito Em Templos!

Uma vez perguntaram a Jesus onde era o lugar correto para se adorar a Deus. Quem fez essa pergunta foi uma mulher, samaritana, que não pertencia à “religião oficial” da época. Os judeus consideravam os samaritanos idólatras e impuros. Ela tão pouco teria, aos olhos dos moralistas, uma vida “santa” e “irrepreensível” para se aproximar e fazer tal questionamento ao Senhor, pois se tratava de uma mulher que já havia passado por cinco casamentos e o atual marido, bem… não era de fato marido dela. Um escândalo até mesmo para os discípulos de Jesus que achavam inapropriada aquela conversa.
A resposta de Jesus foi simples: sugerindo não se tratar do lugar físico/geográfico. A adoração a Deus deve ser pessoal, interior, espiritual e sincera.
A primeira coisa que salta aos olhos de quem lê o relato completo do Novo Testamento é que Jesus quebra muitos paradigmas, a começar por tirar da religião e do templo a exclusividade da mediação e do relacionamento com Deus. Nossa oração e adoração não dependem de um altar construído para serem ouvidas. O altar, o templo, o lugar de culto é o próprio coração.
A segunda coisa é que, diferentemente da tendência da religião de dizer quem é puro ou não, quem é mais especial, Deus não nos avalia por questões meramente morais ou sociais. Foi Jesus mesmo quem disse que prostitutas e corruptos poderiam ser mais dignos de entrar no Reino de Deus do que alguns que se consideram exclusivamente santos, mas vivem de forma hipócrita (Mateus 21.31).
O encontro com Deus é transformador, sim. E radical. Mas nem por isso acontece somente nos ambientes ou dias santificados pela igreja ou pelas religiões dos homens. Particularmente não acredito em templos ou em religiões como lugares e entidades sagrados em si mesmos. Acredito no Deus que não cabe dentro das religiões, não é totalmente explicado pela razão humana, ri dos tratados teológicos, não se detém nos limites impostos pelas tradições vazias. Ele conversa com ateus, pagãos e também faz amizade com quem é considerado “afastado de Deus”. Deus é maior do que a própria Bíblia ou qualquer outro livro sagrado. Livros são confissões humanas, limitados, mas a Palavra de Deus é eterna e pode ser escrita até mesmo nos corações de quem não sabe ler, de quem não tem acesso ao papel.
O Deus apresentado por (e em) Jesus é o Deus que ama até as últimas consequências, que entende a aflição humana, se comunica multiformemente, que se compadece ao invés de condenar. É o Deus que tem mais prazer na reconciliação do que na condenação e não leva em conta o tempo da ignorância.
“Misericórdia quero” é o que Deus grita enquanto a religião vocifera “morte aos impuros”.
Vejo uma multidão esquecida, adoecendo nos arredores da igreja. É gente que não encontrou abrigo, não foi acolhida, foi expulsa e considerada “fora dos padrões”. Muitas vezes projetamos no outro o santo que não conseguimos ser e dizemos “enquanto você não se tornar como um de nós, não será aceito em nosso meio”. Muitos, a partir desse ponto, decidem viver uma vida apenas de aparências, sem transformação real, simplesmente para serem “aceitos”.
Nos esquecemos que quem santifica e transforma é Deus e não nossas imposições, arrogâncias e externalidades. É a caminhada, o dia a dia, que vai nos tratando, curando, limpando as feridas, trabalhando e completando a obra de Deus em nós. Não é no tempo que queremos, mas na compreensão e confiança de que quem opera tanto o querer como o realizar é Deus.
Neste sentido, até mesmo numa conversa de mesa de bar, Deus pode operar com graça, curar e inflamar corações cansados e sobrecarregados. Por que não? Os religiosos de hoje torcerão o nariz da mesma forma como fizeram os fariseus do tempo de Jesus, quando o acusaram de andar com pecadores. Mas Deus trabalha sem se importar com o que falam. Enquanto uns ordenam, outros decretam e outros ainda profetizam suas impressões puramente carnais e humanas, o Senhor vai dando vista aos cegos e ouvidos aos surdos que estão fora dos domínios dos templos.
Nenhuma religião é dona de Deus. Nenhum sacerdote é detentor exclusivo da voz de Deus. Nada que não se pareça com o amor ou com o espírito de Jesus pode ser chamado de Evangelho ou Bíblico, ainda que dito e ordenado pelas grandes instituições religiosas. Pense nisso!
Fonte: http://ovelhamagra.blogspot.com.br/


EXPERIÊNCIAS DOLOROSAS


Luto

Drauzio Varella
 
A perda de um ente querido é das experiências mais dolorosas. Nossa identidade e o senso de pertencer a um grupo são inseparáveis daqueles que nos cercam. Quando um deles se vai, deixa um espaço vazio na rede social que nos dá suporte, e cria sensação de isolamento.
Estar de luto abala a integridade do psiquismo e provoca sintomas fisiológicos que evoluem com o passar do tempo. Finalmente, a medicina e a psicologia têm procurado estudá-los, nos últimos anos. O The New England Journal of Medicine traz uma revisão sobre o tema.
O luto tem uma fase aguda que envolve respostas à separação e ao estresse. É caracterizada por saudades, sentimentos de perda, tristeza, pensamentos e imagens da pessoa falecida. Ouvir a voz, ver e sentir sua presença podem representar formas de alucinações benignas, sem significado psicopatológico.
Nessa fase, costuma haver confusão a respeito da própria identidade e do papel no ambiente social, tendência a afastar-se das atividades habituais, desesperança e diferentes graus de apatia. Os sintomas incluem ansiedade, disforia, raiva e depressão, associados a alterações fisiológicas: taquicardia, aumento da pressão arterial, da produção dos hormônios envolvidos no estresse, distúrbios de sono e deficiência imunológica.
No período que se segue ao falecimento, aumenta o risco de infarto do miocárdio, das cardiopatias de estresse, de distúrbios de humor e ansiedade e do abuso de drogas lícitas ou não.
Vem em seguida, a fase de adaptação, caracterizada por alternâncias imprevisíveis entre aceitação e emoções negativas. A intensidade do luto diminui gradativamente com o passar dos meses, embora os sintomas possam retornar em momentos de dificuldade e em ocasiões especiais – aniversários, Natal.
Pensamentos e comportamentos característicos da falta de adaptação e desgostos da vida cotidiana podem interromper os mecanismos adaptativos e provocar regressão à fase aguda.
Quando surgem as complicações classificadas como “distúrbio de luto prolongado”, o quadro persiste por períodos mais longos do que as normas sociais consideram aceitáveis e comprometem as atividades diárias. A prevalência dessa condição na população mundial é de 2% a 3%.
Essas porcentagens aumentam para 10% a 20% na perda de uma parceria romântica e atinge os valores mais elevados entre os pais que perderam filhos. A probabilidade aumenta no caso de mortes súbitas e diminui quando a perda é de um dos pais, avós ou amigos próximos. O grupo mais sujeito ao luto prolongado é o das mulheres acima de 60 anos.
Estudos neuropsicológicos realizados nesses casos revelam anormalidades nos neurônios conectados ao sistema de recompensa, à memória autobiográfica e nas redes que regulam as emoções e as funções neurocognitivas.
As complicações do luto estão associadas a distúrbios do sono, abuso de drogas, ideações suicidas, depressão da imunidade, doenças cardiovasculares e dificuldade para seguir tratamentos de outros problemas de saúde, como hipertensão ou diabetes.
A característica principal é a tristeza profunda e prolongada, acompanhada de pensamentos insistentes ou imagens da pessoa falecida, raiva, sentimento de culpa, descrédito e inadequação para aceitar a realidade. Enquanto alguns procuram evitar situações que lhes tragam a lembrança da perda, há os que se apegam às roupas e objetos da pessoa que se foi.
Frustrados por não conseguir ajudar, amigos e parentes se afastam, aumentando a sensação de isolamento e a crença de que a felicidade só era possível na companhia do ente querido, que não está mais neste mundo.
O tratamento de escolha é a psicoterapia, de preferência conduzida por especialistas em lidar com situações de luto, profissionais difíceis de encontrar. O objetivo da terapia é restaurar a autoconfiança, o entusiasmo para planejar o futuro e ajudar a pensar na morte sem evocar culpa, revolta ou ansiedade.
O papel dos antidepressivos é controverso, porque faltam estudos bem conduzidos. A maioria dos psiquiatras, no entanto, procura prescrevê-los em conjunto com a psicoterapia. Embora limitada, a experiência sugere que os resultados são melhores com a associação.